quarta-feira, 21 de setembro de 2011

querido pássaro.

Caí de pés firmes na terra. Aterrei, atenuei o meu coração, pus face á minha vida e debati-me frente a frente com a realidade. Na hora em que a confrontei, tive vontade de bater-lhe, expulsa-la de mim, e nunca mais voltar a vê-la. Tive vontade de virar as costas, andar em frente e, como que se a realidade fosse uma pessoa, dizer-lhe que a partir daquele momento, ela seria nula na minha vida.
Triste noticia que eu não posso fazê-lo.
Pois bem, quando os meus olhos atingiram em algum lugar longinquo a realidade, não tive medo. Sempre a substimei achando que era eu, Bárbara, quem iria pôr fim aquela, que é sempre uma grande inimiga nas nossas vidas. Reparei, então, que não. Nem eu, nem ninguém consegue fazer com que esta maldita realidade deixe de assombrar milhares de vidas num só dia.
Parece irreal. Parece uma história em que o final pode ser, ou não trágico e em que, as personagens, sejam elas principais ou secundárias, saem sempre felizes no final da encenação. Mas não é.
Porquê ? Porquê tantas vezes redimimos a nossa vida ? Temos medo de a viver deixando, ali algures, um caso pendente, ou um problema escondido. Agimos sempre por impulso, não seleccionando o que é bem ou mal. Deixamos espaços incobertos nas nossas vidas, não percebendo razões e não dando motivos para que , outra pessoa ou assunto, ocupe o mesmo espaço que tanto provoca dor.
Quando, no escuro, pensamos, os medos vêm sempre ao nosso encontro, trazendo só e apenas as coisas más que possam ter acontecido.
As ausencias misturam-se com a maneira mais negativa de pensar e é aí, nesse preciso momento, que se desenrola a história.
Parece que esta tem realmente aquele final trágico, em que as personagens principais se magoam e as secundárias riem do mal que tanto fazem.
É verdade. Deixamos que medos inferiores, pessoas insignificantes e pensamentos errados transformem aquela novela, fazendo dela um filme de terror.
Quem nunca teve medo ? Quem nunca chorou por uma ausencia ?
É vulgar e natural que quando estamos desanimados tudo regresse ao nosso subconsciente e que nele coabite tempos e tempos como que se fosse hespedar lá, para o resto da vida ou então ate ao fim daquele capitulo , daquela novela.
E nós ? Vamos deixar que sejam essas personagens secundarias a separar-nos ? Vemos isso em todas as novelas, filmes, romances (...) , por isso, sem muitas palavras, vamos ser diferentes, mostrar que nesta novela somos nós as personagens principais, e que aqui, também pode haver finais felizes sem separações pelo meio.
Personagens secundárias há muitas mas personagens principais já são raras, e deixam sempre que a erosão do tempo, a ausencia de corpos, e a presença de obstaculos invadam, desse modo, aquele amor que no fim os volta a unir.
Será que nós vamos permitir isso ? É que quando isso acontece, a realidade mostra-nos que o "voltar" se torna impossivel e que o "errar" podia ser evitado, fazendo de nós mais fortes, e da vida mais fraca.
Eu não preciso dum trailer, dum filme, ou duma novela. Eu preciso de ti, de nós. É um precisar constante, que não tem cura e que ás vezes dói, que ás vezes dói por saber que um dia este capitulo do filme da minha vida pode fechar, e que num piscar dos olhos, o mundo tenha dado uma volta e a realidade já não seja a mesma.
Tu percebes isso ? Eu só quero que tu saibas que te amo, mas que eu tenho medo do futuro, que eu tenho medo do nosso futuro (...)
Tenho medo que como um passaro livre, tu um dia queiras voar e que eu seja forçada a dizer : "voa, querido pássaro, voa meu eterno amor!"
Dar liberdade não significa negar amor. Nunca!

1 comentário: